Acompanhando nos e-mails as opiniões, as discussões, as colocações diversas entremeadas de muito afeto; o mesmo que sempre permeou os relacionamentos da AD 77 concordo com a frase que o colega Aymoré escolheu: O sonho não acabou.
Trilhamos cada um caminhos diversos e retornamos não ao ponto de partida mas ao ponto de onde nos separamos um dia cheios de sonhos e ideais. Muitos continuaram se vendo se encontrando, trabalhando juntos, mas a maioria seguiu caminhos que talvez nem estivesse nos seus planos naquele três de dezembro de 1977. Um dia, ou melhor, uma noite em que choveu, talvez as lágrimas pela cadeira vazia do nosso querido Renato, juntando-se a nossa tristeza por sua ausência.
Achávamos que o diploma era tudo, éramos médicos. Enfrentaríamos a batalha pela Residência, mas tínhamos nos tornado médicos! Era só seguir em frente. O tempo foi nos mostrando que não seria tão simples. O diploma na mão era apenas o início de um novo caminho.
Não o sonho não acabou porque cada um sonhou uma parte, cada um guardou a sua lembrança, a sua impressão e enriqueceu esse sonho com os caminhos que trilhou. E agora nos encontramos ricos de experiência profissional, experiência de vida, mas com o coração transbordando de saudade, de ternura e porque o tempo despiu nosso medos, nossas inseguranças, nossos grilos como nos disse a colega, a primeira reação foi reascender a velha “rixa” entre a turma A e a turma B, numa clara e sincera demonstração de afeto. Afeto que sempre existiu neste pequeno grande grupo que recebeu e incorporou com tanto carinho colegas novos, maridos e esposas. E numa colcha de retalhos vamos contando a nossa história (ou estória? Hein, professor Tamir? – nosso consultor para os assuntos de Português).
Contribuindo para a colcha de retalhos, revendo a maioria dos colegas pela primeira vez após estes trinta anos, quero dizer da imensa alegria de ver que o tempo nos fez muito bem, alguns quilinhos a mais, cabelos a menos…
AQUI EU PAREI DE ESCREVER LOGO APÓS O PRIMEIRO (PARA MIM) REENCONTRO NO SÍTIO DA BETE E DO RICARDO. NÃO CONSEGUI SEGUIR EM FRENTE EMBORA O CORAÇÃO TRANSBORDASSE DE ALEGRIA E AFETO POR TODOS OS PRESENTES E AUSENTES NAQUELE DIA.
Ficou esta declaração em suspenso mas depois da noite de ontem preciso terminá-la – é um dever para comigo e para com todos vocês, meus irmãos do coração; pois tenho um lema comigo – “se para xingar ofender muitas vezes nós gritamos, porque calar as coisas boas?!
Lá vai, meus amores.
O sonho não acabou Aymoré, o sonho ficou mais bonito, mais rico, mais doce por causa de todos vocês que organizaram esta festa linda e plena de afeto.
Estávamos todos presentes, porque aqueles que foram trouxeram em suas lembranças a presença dos ausentes.
Inclusive os que partiram ali se encontravam; porque (socorro, Tamir, junto ou separado?) como olhar para o Roberto e não ver o Renato, como olhar para a Mari e não ver a
Onilce, como ver a foto do Simões e não lembrar que foi meu colega de esgrima e que nos cruzávamos com frequência no elevador do prédio onde tínhamos consultório; e assim os demais que se foram, silenciosos na sua trajetórias mas evocando lembranças diferentes em cada um de nós.
Existe uma Força Maior, Peroni (teu coração está maior ainda), que cada um entende a sua maneira e é esta força que une afetos sinceros e que faz com que o tempo seja apenas um detalhe nas nossas vidas, pois parece que nunca nos separamos, apenas somamos afetos, trazendo nossos companheiros(as) de jornada, filhos, para este grande coração que é a AD 77 .
Queridos: há trinta anos não teria coragem de abraçá-los, de declarar todo o meu afeto, de dizer muito obrigado a cada um pelo seu jeito particular e maravilhoso de compor esta grande colcha de retalhos.
Obrigado Mara, porque sei que é difícil me encontrar em casa, mas foste persistente, e aqui me encontro – feliz por abrir meu coração com voces.
Um recado ao Guru Motta:- não estavas errado – realmente eu lesionei meu menisco (coisa de “atleta”) no final do ano passado, mas fiz uma videoartro@$#%.. e estou ótima.
Um recado ao Fontes (este guri) – nunca esqueci da tua presença amiga por ocasião da missa pela perda da minha mãe; o Motta tem razão: tens um grande coração. Por e-mail é mais fácil agradecer, só molha o teclado.
Todos estão lindos, mesmo gordinhos e carequinhas e as gurias…sorry boys…estão belíssimas e o crachá era dispensável.
O TEMPO NOS FEZ BEM!
Com carinho a todos
Thelma
Texto escrito logo após a comemoração dos 30 anos de formatura, 2007.