Na verdade “Lado B” poderia ser lido “Lado F”, de feminino.
Quando olhamos pelo ângulo do amadurecimento, a cronologia de vida de mulheres e homens sempre foram diferentes. No geral, a mulher amadureceu mais precocemente que o homem.
Cientificamente, não saberia dizer mas, intuitivamente, me parece que a explicação deve passar pelo fato da mulher nascer com prazo de validade. Me explico: na vida da mulher, existe um tempo certo para que ela realize um de seus fundamentos, que é gerar um filho. Terminados os óvulos, termina também a validade e a etapa geradora, biologicamente, também termina (não entrarei nas outras variantes à maternidade).
Sendo assim, ela não poderia perder muito tempo sendo imatura, já que a imaturidade não combina com maternidade, apesar de dar rima.
Isto posto, para mim, passada a infância, terminada a adolescência, a maturidade da mulher poderia se estender tranquilamente até os 55 anos e, a partir daí, começaríamos uma doce envelhescência que iria até os 75 anos, com muito brilho.
Essa fase, mais voltadas para nós mesmas, com muito mais tempo para nos olharmos no espelho da parede e da alma, utilizamos para crescer (até mesmo na largura!), aproveitamos o tempo analisando experiências nossas e dos outros com mais bom senso, com menos críticas, com mais empatia que na pré-envelhescência. Podemos usar o nosso tempo apreciando mais a naturezae os milagres diários que acontecem sem a ansiedade do consumo pelo consumo.
A partir dos 75, então, começaríamos a diminuir o nosso salto alto, assim como o ritmo dos nossos afazeres, talvez a velocidade do raciocínio, mas nunca o amor pela vida, a dedicação com que sempre nos entregamos aos que nos cercam, aos pais, aos filhos, aos maridos, netos, parentes, amigos, amores, vizinhos, conhecidos… Aos próximos, enfim.
Seremos velhas, felizes, lindas, de bem com a vida, tentando sempre subir a escada em direção ao topo da evolução humana e espiritual.
Nos encontraremos lá, gurias!
Espero que os guris, já apaziguados com a envelhescência, também estejam lá conosco.