A primeira formatura da Faculdade Católica de Medicina, 1961

A formatura da 1ª turma da Faculdade Católica de Medicina ocorreu no dia 12 de dezembro de 1966, no Teatro Leopoldina, na Avenida Independência, em porto Alegre. O Paraninfo escolhido foi o Prof. IVO CORRÊA MEYER; o Homenageado de honra, Prof. HEITOR MASSON CIRNE LIMA e o Homenageado especial: Prof. Dr. RUBEM RODRIGUES. Além destes foram homenageados: Drs. JORGE PEREIRA LIMA, CARLOS N. SALES BARROS, JOSÉ BARROS FALCÃO, HERMES MARIA VIÇOSA, ENNIO C. CAMPOS, FERNANDO MOREIRA, PEDRO LUIZ COSTA, OSCAR M. PEREIRA, EDGAR DIEFENTHAELER E RÜBEM MENNA BARRETO COSTA.

O orador da turma foi Eduardo de Azeredo Costa. A seguir alguns trechos do seu discurso:

“Em março de 1961 era noite e havia luz. Havia também discursos e, pela vez primeira, nos encontrávamos. É dezembro de 1966, é noite e há luz. Há também discursos e partimos em Busca da luta necessária para a conquista de novos tempos. E quem hoje nos dá adeus – boa sorte – nos deu boas vindas. Há seis anos iniciávamos nosso caminho, eufóricos pela convicção de receber os elementos que utilizaríamos para distribuir saúde e harmonia a um povo reconhecidamente enfermo. O profissional, esse, abandona a faculdade em conflito com algumas dezenas de especialidades que passaram a habitar em seu raciocínio, chocando-se pela primazia de importâncias. Engolfado pela civilização dos especialistas nosso ensino apegou-se ao seu setor de ação com a mais pasmosa indiferença pelas demais formas de conhecimento. O ensino em nossa faculdade, depende de uma realidade mais geral, tornou-se assim fragmentado e fragmentante. Não só do que é transmitido, mas principalmente do eu é vivido, o homem aprende. E é por isso que hoje, meditando sobre as ansiedades nascidas nesse tempo de ser médicos, entendemos que a liberdade e a autonomia criam as raízes maiores da maturidade, que os deveres de nossa condição de homens, antes de médicos, representam os valores fundamentais da humanidade.”

 

Encerra o discurso com o chamamento: 

  • “Fazer de nossa relação com os pacientes a comunicação vital entre os homens, nos entregando de tal maneira a ela que reconheçam em nós o suporte para a resolução das ansiedades decorrentes de sua vivência com a doença e o mundo;
  • Assumir uma visão histórica de profissão, harmonizando o constante evoluir do pensamento humano com a interminável atualização do saber científico, que fazem do médico um veículo eficiente das conquistas de todos os homens;
  • E, finalmente: propor que tudo seja entendido como um canto humilde às potencialidades e realizações do homem na luta por um mundo verdadeiro e útil e por uma consciência universal de justiça.”

Observação:

Já no discurso do orador da primeira turma de formandos da nova Faculdade de Medicina em Porto Alegre podemos observar as críticas aos especialistas. É interessante observar que a formatura ocorreu na Avenida Independência, no Teatro Leopoldina, que não mais existe.

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